Casa própria para autônomo

Casa própria para autônomo

O sonho da casa própria está presente no imaginário do brasileiro, mas a burocracia, muitas vezes, desencoraja as pessoas a concretizar esse desejo.

Se a pessoa atuar como profissional autônomo, a situação complica ainda mais. Afinal, como comprovar renda de modo a obter crédito para financiamento imobiliário nas instituições financeiras?

Antes de desanimar, saiba que o sonho da casa própria também está ao alcance dos autônomos. Você só precisa se armar dos documentos corretos e correr atrás do seu futuro lar.

COMPROVAÇÃO DE RENDA É A CHAVE

A aquisição de um imóvel é um compromisso a longo prazo e de valor elevado. Em razão disso, para que um financiamento imobiliário seja aprovado, geralmente, é exigida uma entrada à vista de 20% do valor total do imóvel. O saldo será pago em parcelas ao banco, de forma que comprometa até 30% da renda do cliente. 

Essa burocracia é um dispositivo de segurança para a instituição financeira, que consegue ter a certeza de que os ganhos mensais do credor comportam as prestações da casa própria. 

Para ganhar a confiança do banco é preciso ter o ônus da prova: a famigerada comprovação de renda. Quando o contratante do financiamento trabalha no regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), basta apresentar cópias dos últimos holerites ou da Declaração do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) para comprovar ao banco que reúne renda mensal suficiente. 

E os trabalhadores autônomos? Como comprovam renda mensal se ela não é fixa? Aí é que está o pulo do gato. Vem ver! 

IRPF E EXTRATO BANCÁRIO: OS MELHORES AMIGOS DO AUTÔNOMO

Cada banco tem suas próprias regras de comprovação de renda para a compra de um imóvel financiado. Porém, se você é autônomo, seus melhores amigos para conseguir o crédito desejado para a casa própria são a sua declaração do IRPF vigente e seus extratos bancários. 

Com prazo estendido para entrega até 31 de maio, o recibo de entrega da declaração do IRPF é o principal comprovante de renda do autônomo e, o melhor, é aceito. Isso porque ele traz um resumo da renda declarada no último ano e outros aspectos da sua vida financeira, com o respaldo de um órgão confiável como a Receita Federal. 

Como o IRPF traz dados de recebimentos apenas do ano anterior, geralmente as instituições financeiras solicitam outros comprovantes de renda mais recentes. É aí que os extratos bancários dos seis últimos meses (de todas as contas) do indivíduo, seja pessoa física ou jurídica entram na jogada. Como estes documentos terão datas mais recentes, eles poderão comprovar que sua renda continua estável. 

Além disso, o autônomo pode providenciar uma relação de seu faturamento nos últimos 12 meses. Especialistas em financiamento também sugerem a apresentação da carteira emitida pela respectiva entidade profissional (OAB, MTB, Crea  etc.). 

QUANTO MAIS DOCUMENTOS, MELHOR!

Os autônomos também têm outra alternativa para comprovar seu faturamento. Trata-se do Decore (Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos). Nada mais é que um documento com caráter oficial. Ele pode ser emitido por um contador, que irá aferir os rendimentos dessa pessoa física durante um determinado período. 

Para alguns bancos, como a Caixa Econômica Federal, as faturas de cartão de crédito podem ser usadas como comprovação de renda. Além disso, pode compor renda para o financiamento, adicionando ao ganho de outro membro da família. 

Por fim, outro ponto importante para liberação do crédito imobiliário para autônomos, é o score no Serasa. Pague os boletos em dia. Isso aumenta seu score e, quanto maior ele for, maior também será a confiança dos credores na capacidade do autônomo em honrar os pagamentos. Reunindo toda essa documentação o autônomo tem tudo para garantir o financiamento e garantir o direito à casa própria.